segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Privilegio de ser filha

"Sou infinitamente grata a Deus pela graça de ser mãe de três lindos filhos, mas hoje quero falar do privilégio de ser filha da minha mãe.


Sempre fui amada por uma mãe que soube me amar sem me possuir. Senti o poder do amor que protege mas deixa ir. Ela me dizia: "O barco está seguro no porto, mas não foi feito para isso".
Com ela aprendi que o amor não sufoca, liberta; e que liberdade nada tem a ver com ausência de regras. Pude experimentar o amor que hora dizia sim, hora dizia não; dava afeto e dava "carão". Aprendi que o silêncio muitas vezes fala mais alto que qualquer discussão e que nada melhor que o diálogo para fortalecer a relação; que o amor não cobra amor. O amor não obriga; contagia. O amor é grato por natureza.
Aprendi que muitas vezes a melhor instrução é deixar cair. Que há hora para direcionar e hora para deixar o filho decidir. Aprendi que responsabilidade é tão importante quanto diversão. Que o amor, ao mesmo tempo, educa e alegra. Com minha mãe aprendi o quanto é importante para o filho ver a mãe sorrir e que firmeza não tem a ver com grito ou agressão, mas sim com clareza de posição.
Aprendi que não há nada mais prazeroso que a ternura de um abraço de mãe e nada mais acolhedor do que o seu olhar protetor. Aprendi que amor de mãe independe do amor do filho. Amor de mãe insiste, persiste e não desiste. Aprendi com ela o valor da adaptação. Para toda mudança de cenário, o segredo é olhar para frente e apreciar a nova direção. Todo problema deve ser considerado, mas nunca superdimensionado. Aprendi que ser mãe não é só alegria. Que quanto mais ama, mais se desafia.
Aprendi que por mais fortes que sejam as mães, elas choram, nem que somente de vez em quando ou escondidas no banheiro. Elas também têm medos, decepções, cansaço e frustrações. Aprendi também que mesmo quando estão "aos pedaços", se dividem ainda mais para se doarem aos seus. Como minha mãe uma vez me escreveu: "Isto é o verdadeiro amor, aquele infinito e único amor que vem de Deus. O amor que exige um esvaziamento de si. O amor que dá a vida pelos outros e pelos seus".
E de todos os aprendizados que ela me ensinou, o mais essencial é que podemos tudo perder, mas que nunca devemos perder a fé. Por mais estranho que às vezes Deus possa parecer, é a Ele que devemos recorrer. É para Sua luz que devemos olhar. Aprendi que Sua Lei devemos cumprir, e sua lei é amar!
Mãe, que Deus me capacite a amar meus filhos como você me amou. Muito obrigada pelo seu amor, às vezes nem acredito que minha mãe é você. Indescritível privilégio é ser sua filha. Amo você com todo meu ser!"
Texto de Marília Fiuza fez para sua mãe.
(Fortaleza-CE)

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Antes do dia partir

O que valeu a pena hoje?
Sempre tem alguma coisa. Um telefonema. Um filme…
Paulo Mendes Campos, em uma de suas crônicas reunidas no livro “O Amor Acaba”, diz que devemos nos empenhar em não deixar o dia partir inutilmente.
Eu tenho, há anos, isso como lema.
É pieguice, mas antes de dormir, quando o dia que passou está dando o prefixo e saindo do ar, eu penso: o que valeu a pena hoje? Sempre tem alguma coisa.
Uma proposta de trabalho. Um telefonema. Um filme. Um corte de cabelo que deu certo.
Até uma briga pode ter sido útil, caso tenha iluminado o que andava escuro dentro da gente.
Já para algumas pessoas, ganhar o dia é ganhar mesmo:
ganhar um aumento, ganhar na loteria, ganhar um pedido de casamento, ganhar uma licitação, ganhar uma partida.
Mas para quem valoriza apenas as megavitórias, sobram centenas de outros dias em que, aparentemente, nada acontece, e geralmente são essas pessoas que vivem dizendo que a vida não é boa, e seguem cultivando sua angústia existencial com carinho e uísque, mesmo já tendo seu superapartamento, sua bela esposa, seu carro do ano e um salário aditivado.
Nas últimas semanas, meus dias foram salvos por detalhes.
Uma segunda-feira valeu por um programa de rádio que fez um tributo aos Beatles e que me arrepiou, me transportou para uma época legal da vida, me fez querer dividir aquele momento com pessoas que são importantes pra mim.
Na terça, meu dia não foi em vão porque uma pessoa que amo muito recebeu um diagnóstico positivo de uma doença que poderia ser mais séria.
Na quarta, o dia foi ganho porque o aluno de uma escola me pediu para tirar uma foto com ele.
Na quinta, uma amiga que eu não via há meses ligou me convidando para almoçar.
Na sexta, o dia não partiu inutilmente, só por causa de um cachorro-quente.
E assim correm os dias, presenteando a gente com uma música, um crepúsculo, um instante especial que acaba compensando 24 horas banais.
Claro que tem dias que não servem pra nada, dias em que ninguém nos surpreende, o trabalho não rende e as horas se arrastam melancólicas, sem falar naqueles dias em que tudo dá errado: batemos o carro, perdemos um cliente e o encontro da noite é desmarcado.
Pois estou pra dizer que até a tristeza pode tornar um dia especial, só que não ficaremos sabendo disso na hora, e sim lá adiante, naquele lugar chamado futuro, onde tudo se justifica.
É muita condescendência com o cotidiano, eu sei, mas não deixar o dia de hoje partir inutilmente é o único meio de a gente aguardar com entusiasmo o dia de amanhã…"


Mais um texto da Martha Medeiros que gostei.
E vocês?

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Arroz de camarão


Como já falei, só em alguns finais de semana, que vou para cozinha preparar algo.
Desta ultima vez, preparei um arroz com camarão.
Nunca tinha feito, mas procurei na internet algumas receitas e a mais simples foi a que segui.
Modéstia à parte, ficou uma delícia.
Para completar a filhota fez uma sobremesa com morangos e chocolate que selou com chave de ouro nosso almoço.
Pena que esqueci de tirar foto da sobremesa.
Quando morava com meus pais, lembro que o preparo do almoço era a manhã toda.
Preparavam muitos pratos variados.
Ainda bem que hoje, basta um prato e um acompanhamento e já resolve.
Simplificar sempre, este é o meu lema.
É simples e rápido preparar um almoço.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Ser seu amigo


Como de costume, quando leio um texto que gosto, penso em repassar aqui.
Vejam este do Vinícius de Moraes, nosso eterno poetinha.
Sobre amigos.


"Se eu morrer antes de você, faça-me um favor.
Chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele haver me levado.
Se não quiser chorar, não chore.
Se não conseguir chorar, não se preocupe.
Se tiver vontade de rir, ria.
Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão.
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me criticarem demais, defenda-me.
Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam.
Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo.
Se falarem mais de mim do que de Jesus Cristo, chame a atenção deles.
Se sentir saudade e quiser falar comigo, fale com Jesus e eu ouvirei.
Espero estar com Ele o suficiente para continuar sendo útil a você, lá onde estiver.
E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase : ' Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis mais perto de Deus !'
Aí, então derrame uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxuga-la, mas não faz mal.
Outros amigos farão isso no meu lugar.
E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de minha nova tarefa no céu.
Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha na direção de Deus.
Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz vendo você olhar para Ele.
E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí, sem nenhum véu a separar a gente, vamos viver, em Deus, a amizade que aqui nos preparou para Ele.
Você acredita nessas coisas ? Sim???
Então ore para que nós dois vivamos como quem sabe que vai morrer um dia, e que morramos como quem soube viver direito.
Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo.
Eu não vou estranhar o céu . . . Sabe porque ?
Porque... Ser seu amigo já é um pedaço dele."